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Banco Central apontou que beneficiários do programa assistencial gastaram mais de R$ 3 bi com apostas somente no mês de agosto
A situação dos beneficiários do Bolsa Família gastando grandes quantias em apostas online é complexa e pode ser atribuída a vários fatores. A dependência em jogos de azar é uma realidade para muitas pessoas, independentemente de sua situação econômica. A facilidade de o às apostas online pode agravar esse problema. Alguns beneficiários podem ver as apostas como uma forma de tentar melhorar sua situação financeira rapidamente, apesar dos riscos envolvidos. A falta de conhecimento sobre gestão financeira e os riscos das apostas pode levar a decisões impulsivas e prejudiciais. Embora menos comum, há a possibilidade de que alguns utilizem o programa para fins ilícitos, como lavagem de dinheiro. A intensa publicidade e a popularização das apostas esportivas podem influenciar as pessoas a gastar mais do que deveriam. O Banco Central revelou que, em agosto, beneficiários do Bolsa Família gastaram mais de R$ 3 bilhões em apostas online, o que representa uma parte significativa dos recursos destinados ao programa. Isso levanta preocupações sobre a eficácia do uso desses benefícios e a necessidade de políticas públicas que abordem esses problemas de forma mais eficaz. De acordo com o documento, a média gasta pelos beneficiários do programa social com as apostas no período foi de R$ 100. Dos apostadores, 4 milhões (70%) são chefes de família (quem de fato recebe o benefício) e enviaram R$ 2 bilhões (67%) por PIX para as bets. Os dados dizem respeito a apostas feitas em 36 empresas e descarta os pagamentos feitos com cartão de crédito e débito, por exemplo. É a primeira vez que o Banco Central faz um levantamento dessa natureza. Para identificar as pessoas em grande vulnerabilidade financeira, utilizou-se a informação de beneficiários do Bolsa Família existente em dezembro de 2023. Cerca de 17% desses cadastrados apostaram no período. “Esses resultados estão em linha com outros levantamentos que apontam as famílias de baixa renda como as mais prejudicadas pela atividade das apostas esportivas. É razoável supor que o apelo comercial do enriquecimento por meio de apostas seja mais atraente para quem está em situação de vulnerabilidade financeira”, concluiu a nota técnica que acompanha o estudo. O valor médio mensal das transferências aumenta conforme a idade: para os mais jovens, o valor gira em torno de R$ 100 por mês, enquanto para os mais velhos o valor ultraa R$ 3.000 por mês, de acordo com os dados de agosto de 2024.
